DUDU AZEVEDO - Ter banda e tocar era um sonho de criança. Criança mesmo! Desde os meus cinco anos de idade, eu pedia uma bateria para o meu pai, e ele me enrolou o quanto pode. Aí dos 13 para os 14 anos finalmente consegui ganhar uma. Desde então, tive várias bandas, toquei muitos estilos de música, com todo tipo de gente, e não tenho a menor dúvida de que isso me transformou e que também transformou a minha arte. Atuar é tão realizador pra mim quanto tocar, mas entendo que hoje minha carreira de ator prospera e que não devo perder o foco nem as oportunidades. Mas a música segue ali, não menos importante.
Teve apoio da família quando resolveu seguir a carreira artística?
Minha família sempre me apoiou. Sou privilegiado pela maneira como tudo aconteceu na minha vida. Meus pais me permitiram descobrir minhas vocações e caminhos no meu tempo e jamais me pressionaram. Atribuo a isso o sucesso alcançado. No meu entendimento, sucesso significa o casamento perfeito do resultado com a satisfação. Sou feliz e sinto orgulho da minha trajetória e dos meus trabalhos. Continuo batalhando para que seja sempre assim, isso é um grande desafio! Agradeço muito pela família que eu tenho.
Você é baterista da banda Zunnido e pelo jeito leva o projeto na música a sério também. Pensa em um dia alcançar as paradas de sucesso?
O Zunnido é um projeto recente de música composto por amigos-irmãos com quem toco desde a minha adolescência, mas nunca tivemos um projeto concreto antes. Estou sempre tocando e escrevendo alguma coisa, muitas vezes junto com meus amigos. Nós adoramos fazer isso. O Zunnido é o resultado dessa amizade e do desejo de tocar e fazer música. Queremos mesmo que essas músicas alcancem as pessoas e que de alguma forma provoquem, emocionem , divirtam... Enfim, que alcancem as paradas de sucesso ou algo que o valha.
Além dos seis filmes no currículo, o que você ainda deseja fazer no cinema?
Quero fazer diferentes personagens! Não sinto a necessidade de fazer sempre protagonistas, acho desinteressante repetir fórmulas e acredito que a maioria dos atores busca a diversificação e não a repetição. Quero ter sempre oportunidades de trabalhar e - melhor ainda - de fazer bons personagens, no cinema, na TV e no teatro.
O Marcelo de “Qualquer Gato Vira-Lata” é aquele tipo de homem mais malandro, vazio e mulherengo. Você se inspirou em alguém para fazer esse personagem?
O Marcelo é um personagem recorrente. Vejo muitos jovens com aquele tipo de comportamento e nem acho que seja dos piores, porque percebemos nele algum arrependimento, alguma mudança com a experiência vivida na situação do filme. Mas não são somente os jovens que demonstram falta de compromisso com o sentimento alheio. O ser humano, de modo geral, vem se tornando mais egoísta, vivendo para satisfazer desejos e vaidades pessoais e, quando se tornam adeptos de alguma causa nobre, muitas vezes fazem isso como marketing pessoal, sem qualquer ideologia por trás. Isso eu considero lamentável.
Algum homem chegou a te dizer que se identificou com o Marcelo?
Algumas pessoas se identificam com o Marcelo e admitem. Mas apesar de ter tudo para representar o estereótipo do vencedor, o Marcelo sai derrotado do filme, e ninguém se enxerga derrotado. Ninguém quer ser o galã que perde a mulher para o professor nerd.
Em uma das cenas, você aparece dançando na boate com a personagem de Cleo Pires. A pergunta que não quer calar: você dança daquele jeito?
[Risos] ... Jamais! Aquela dança é um deboche, ninguém tem a menor chance de me ver dançando daquela forma em uma situação que não seja de deboche. Não sei nem se o Marcelo dançaria daquele jeito porque aquela cena, pra quem não se lembra, é da imaginação do Conrado.
Na vida real, você está mais para Marcelo ou Conrado, personagem de Malvino Salvador? Simplificando: malandro ou nerd?
Sempre aprendo coisas com os personagens que vivo, e quando não com o personagem, aprendo com o trabalho. Mas o fato é que não é saudável pra ninguém levar o personagem pra casa. Nem Marcelo, nem Conrado.
Você se incomoda com o título de “galã gostosão”?
Não me vejo dessa forma. Talvez faça, vez ou outra, personagens que representem isso, mas não posso me enquadrar nesse perfil porque estaria me limitando, e isso é tudo que eu não quero. Me sinto apto a fazer personagens que não sejam fisicamente bonitos e não há o menor mistério nisso. Quando me abordam dessa forma, como galã, não me sinto muito à vontade e acho que nunca vou me sentir, principalmente porque entendo que beleza é algo relativo.
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E mostrar o corpo? Te incomoda ter que ficar despido na frente das câmeras?
Não fico totalmente à vontade atuando sem camisa, mas entendo que faz parte do meu trabalho e procuro não sofrer com isso. O mais importante é estar bem em cena e com o físico condizente com o personagem. Em se tratando de satisfação pessoal, considero importante estar bem comigo mesmo, seja sarado, seja relaxado. Prefiro não ser refém da estética.
Sua namorada, a Rafaela, tem ciúmes das cenas, das fãs, dos beijos?
A Rafa é maravilhosa e lida com muita tranquilidade com tudo isso.
Tem o sonho de casar e ter filhos?
Ter uma família sempre foi um sonho e pretendo realizá-lo em breve.
Você chegou a fazer o vilão Roberto em “Cama de Gato”. O que te atrai em um vilão?
Gosto de fazer vilões, eles são interessantes e demandam o exercício de facetas nada nobres do ser humano. E o melhor: com o aval da ficção. Assim, posso compô-los sob duas óticas diferentes: a da minha crítica pessoal e a da justificativa do personagem para todas as maldades que ele pode vir a cometer.
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Como foi o convite para fazer “Fina Estampa”?
Foi meio que do nada. Não pude nem chegar para a coletiva de imprensa, pois ainda não sabia direito do personagem. O Wolf [Maya] me chamou depois, conversamos e achei ótimo fazer parte do projeto. Está sendo muito especial fazer o Wallace Mu.
Como fez para se preparar e dar vida a um lutador?
Ainda continuo me preparando. Faço musculação e tenho um personal trainner há dez anos que me ajuda a ganhar massa muscular. Além disso, assisto luta há anos e isso me ajudou a me preparar mais. Estou treinando com o Ricardo Arona que é um lutador amigo meu e que mora pertinho da minha casa. Ele é profissional, foi campeão no Japão.
O que acha de trabalhar novamente em uma novela de Aguinaldo Silva?
O Aguinaldo é um dos melhores autores da teledramaturgia. Foi em uma de suas novelas que fiz um personagem que marcou minha carreira, o Barretinho, de "Duas Caras". Fazer mais uma novela dele certamente é engrandecedor para a minha carreira.
Se incomoda com o assédio da imprensa?
Não me incomodo com o assédio da imprensa. Entendo que devo me comunicar com clareza e assumir as consequências das minhas palavras e dos meus atos, mas também sei que a ética não está em 100% das pessoas, e na imprensa não é diferente. Por isso tomo cuidado para não ficar vulnerável.
Qual o próximo projeto em vista?
Tem mais um longa para ser lançado ainda esse ano, o nome é "O Dejavú de um Poeta". A direção é de Gustavo Coelho, que também escreveu "Odique?". Além disso, tem dois projetos para o teatro, mas esses ainda podem demorar um pouco mais. Trabalhar!
FALA SÉRIO , O DUDU É UM GATO NÉ MULHERADA ?
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